Quando temas relacionados às lutas LGBT+ ganham os holofotes, um pensamento recorrente de uma ala conservadora da sociedade brasileira vem à tona: “Vocês querem privilégios demais”.
Seria essa fala verdade ou fake news?
Uma das maiores organizações internacionais LGBT+, a ILGA (Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais) elabora anualmente o relatório Homofobia patrocinada pelo estado 2020, que acompanha avanços de leis relacionadas a igualdade de direitos civis para LGBTs no mundo todo.
Em 67 países do mundo ser LGBT é crime, em 12 deles a pena de morte é a sentença máxima.
“Mas aqui no Brasil todo mundo é igual…” Será mesmo?
Em 2011, a união civil entre pessoas do mesmo sexo foi declarada legal pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil (STF). Mas apenas em 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou uma resolução que permite cartórios registrarem casamentos homoafetivos.
Desde 2018, essa determinação vem sendo perseguida pelo governo Jair Bolsonaro e seus apoiadores numa tentativa de retirar um avanço conquistado a duras penas.
Apesar de termos uma resolução jurídica que legaliza o casamento homoafetivo, quando olhamos para os dados de violência contra a população LGBT+, o cenário brasileiro é alarmante e se equipara a países que criminalizam pessoas LGBT+.
Um levantamento recente realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizando dados do SUS mostrou que 1 LGBT+ é agredido por hora no Brasil.
Outra pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia, utilizando dados publicados em jornais, informações de parentes de vítimas e registros policiais, aponta que a cada 23 horas 1 LGBT+ é morto no Brasil.
Tais estudos se baseiam apenas em dados registrados de violência e estima-se que as agreções sejam ainda maiores devido à subnotificação.
Isso coloca o Brasil no topo de um ranking vergonhoso: somos o país que mais mata pessoas LGBTs no mundo! Ficando à frente inclusive de países que explicitamente criminalizam pessoas LGBTs.
Por que é importante falarmos disso?
Dia 29 de janeiro é o dia nacional da Visibilidade Trans. Entre as vítimas de violência contra LGBTs, 46% são transexuais e travestis. De janeiro a setembro de 2020, 124 pessoas transexuais foram mortas no Brasil.
Rejeição familiar e exclusão do mercado de trabalho levam essa parcela da população a buscar sustento em trabalhos informais, principalmente na prostituição, tornando-as vulneráveis a todo tipo de violência.
Somando esse contexto crítico com a LGBTfobia institucionalizada, a impunidade, a brutalidade policial e a pandemia causada pela Covid-19 podemos ver em 2020 um dos anos mais violentos para a população trans brasileira.
Então ao contrário do pensamento popular conservador, pessoas LGBTs no Brasil ainda luta pelo direito à vida.
E o Lub Lab afinal de contas?
O Lub Lab foi criado por uma mulher lésbica e isso reflete nas nossas bandeiras e no propósito da marca como um espaço de conscientização.
A diversidade é a chave para uma sociedade mais justa e igualitária. Representatividade e visibilidade importam.
A boa notícia é que em 2020 tivemos um número record de candidatos LGBTs eleitos nas eleições municipais e não vamos parar por aí. Iremos ocupar cada vez mais espaços públicos e privados, nos posicionando como empresas e pessoas LGBT+ na sociedade.