31 de Julho: dia mundial do orgasmo
O dia do orgasmo foi comemorado a primeira vez em 31 de julho de 1999 por uma rede de sex shop britânica. A ideia surgiu com o intuito de levantar o debate sobre a importância de uma vida sexual satisfatória.
Usando o slogam “Atinja, não finja” para comemorar a data. O lema fazia referência a uma pesquisa que mostrava que 80% das mulheres inglesas não conseguiam ter orgasmos.
No Brasil o cenário não é tão diferente assim. Um estudo de 2016 realizado pelo Projeto de Sexualidade da Universidade de São Paulo (ProSex) mostrou que 55,6% das brasileiras relatam dificuldade para atingir o orgasmo e ou absoluta falta de desejo sexual.
Como é um orgasmo, afinal de contas?
“Como saber se cheguei lá?”, “Como é um orgasmo?”. São perguntas feitas por quem ainda não conseguiu atingir o ponto máximo do prazer sexual ou não tem muita certeza se todas as sensações que sentiu durante o sexo eram de fato um orgasmo.
Essas dúvidas são compreensíveis e surgem porque não termos uma educação sexual esclarecedora, que visa o autoconhecimento e a desmistificação do prazer, principalmente o prazer das mulheres. Tudo o que aprendemos sobre sexo gira em torno do prazer peniano, gravidez e de métodos contraceptivos. Pouco ou nada se fala sobre o prazer proporcionado pelo sexo e o mais importante, como ter uma vida sexual saudável e feliz.
O orgasmo é a liberação de toda energia que foi acumulada durante o sexo. Usando a analogia de uma montanha russa, nosso corpo funciona como o carrinho, passando por um processo de tensão sexual, acúmulo de carga, orgasmo e descarga da tensão acumulada. O orgasmo funciona sempre nesse ciclo, como se fosse uma onda.
Quando falamos de orgasmos em pessoas com pênis é mais fácil saber, pois na maioria das vezes ele é acompanhado da ejaculação. Mas quando falamos de pessoas com vulva, pode não ser tão simples assim de identificar.
Os sinais físicos que acontecem no nosso corpo antes, durante e após o orgasmo podem ser as seguintes: momentos antes os batimentos cardíacos e respiração aceleram, os músculos do corpo se contraem e os mamilos se enrijessem. Durante o orgasmo muitas pessoas tem espasmos involuntários nos braços, pernas, pés, as pupilas dilatam e em pessoas com vulva acontece a contração dos orgão pélvicos (vagina, ânus e até do útero), pode acontecer também contrações na entrada do canal vaginal que podem durar por mais ou menos 15 segundos. Após o orgasmo, vem aquela enorme sensação de relaxamento e bem estar por todo o corpo.
Todos esses sinais físicos podem acontecer ou apenas alguns deles, isso vai depender da intensidade do orgasmo. E se durante o sexo essas sensações fisicas aconteceram no seu corpo, certamente você chegou lá.
Orgasmo vaginal existe? Como é?
Esse é o grande mito que envolve vaginas, sexo e orgasmo. A culpa desse alarde e supervalorização do orgasmo vaginal deve-se a um erro rude na teoria de Freud no que diz respeito a corpos com vulva. Em seus estudos, ele afirmava que a capacidade de atingir orgasmos vaginais apenas através da penetração era fundamental para o desenvolvimento psicológico, como se o orgasmo clitoriano fosse de uma categoria inferior e fizesse parte de uma fase de imaturidade na vida das mulheres.
Nessa Freud errou e não foi pouco, viu! Os equívocos sobre o prazer das pessoas com vulvas devem-se a conclusões equivocada do pai da psicanálise, além claro, de raros estudos que consideram os corpos e o prazer das mulheres como objeto de estudos científicos.
Para se ter uma ideia do abismo que existe sobre o assunto, foi apenas em 1998 que a urologista Helen O’Connel conseguiu fazer um estudo anatômico completo do clitóris. Ou seja, tudo o que sabemos sobre o único órgão do corpo humano que tem como única função dar prazer é muito recente.
Através da descoberta de O’Connel e outros poucos pioneiros sobre o prazer envolvendo a vulva e o clitóris que agora sabemos que o orgasmo vaginal não passa de um orgasmo clitoriano interno. O que acontece nesse caso é atingir o orgasmo com um estímulo de uma porção interna do clitóris que fica em contato com o canal vaginal e uretra.
Portanto podemos afirmar com certeza que todo orgasmo em vulvas é clitoriano!
Outro fator importante sobre orgasmos internos (ou orgasmo vaginal) é que apenas 25% das pessoas conseguem alcança-lo com a penetração. E se você faz parte daqueles 75% que não conseguem gozar dessa forma, não se culpe de forma alguma!
Isso se deve a questões anatômicas do clitóris que estão fora do nosso controle, cada pessoa tem um tamanho de clitóris e formato de vulva que são únicos. Pessoas com um clitóris maior na parte interna e mais próximo da entrada do canal vaginal vão ter o orgasmo vaginal mais fácil.
E o Orgasmo Clitoriano?
O orgasmo clitoriano acontece com o estímulo direto da parte externa do clitóris com a mão ou com vibradores. O que nós vemos dele é aquela bolinha que muita gente tem enorme dificuldade de encontrar, também chamada de glande clitoriana.
Estimular o clitóris é a forma mais fácil de chegar ao orgasmo, pois essa ponta externa tem em torno de 8 mil terminações nervosas, além disso 80% dos orgasmos em pessoas com vulva acontecem com o estímulo direto do clitóris.
Mesmo sendo o único órgão do corpo humano dedicado ao prazer, ele ainda é pouco explorado. No brasil, 40% das pessoas com vulva não se masturbam e mais ou menos 20% delas nunca experimentaram a masturbação na vida.
Não é de se espantar que o número de pessoas que não conseguem chegar ao orgasmo seja tão elevado. Em contrapartida, quem tem o hábito de estimular o clitóris durante o sexo e se masturbam com regularidade, conseguem chegar ao orgasmo 99% das vezes.
Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para uma vida sexual mais satisfatória. Portanto, faça da masturbação uma rotina na sua vida!
Cada pessoa sente prazer de um jeito e com intensidades diferentes. Se conhecer vai te ajudar a direcionar seu parceire para as melhores formas e estímulos que te proporcionam prazer.
Orgasmos múltiplos existem? Nunca vi, nunca tive, só ouço falar!
Considerando o cenário de grande insatisfação das brasileiras em relação a orgasmos, até parece papo de mentiroso dizer que os orgasmos múltiplos existem. Mas isso não é apenas um conto de fadas e eles existem sim, e são uma experiência que pessoas com vulva podem ter.
Mas como são os orgasmos múltiplos afinal de contas?
Como explicamos anteriormente, o orgasmo é um ciclo de tensão sexual, acúmulo de carga, orgasmo e descarga de toda a tensão acumulada. Os orgasmos múltiplos acontecem quando após o primeiro orgasmo o corpo consegue manter a excitação sexual alta, acumular tensão e carga novamente e atingir um novo orgasmo. Funciona como se fossem ondas em sequência, com intensidade que variam de pessoa pra pessoa.
Chegar aos orgasmos multiplos requer prática e autoconhecimento do próprio corpo e do próprio prazer para conseguir manter a excitação alta, pois nosso primeiro impulso após um orgasmo intenso é interromper qualquer tipo de estímulo sexual, pois a vulva e o clitóris ficam muito sensíveis. Mas se permitir tentar e continuar a excitação dali, levará a novos orgasmos, consequentemente aos orgasmos múltiplos. O nosso corpo consegue sentir mais prazer do que nós imaginamos.
Ejaculação feminina: é Squirting ou Xixi?
Embaraçoso para alguns, um objetivo a ser alcançado para outros. O squirting é a ejaculação que ocorre pela vulva. Ao contrario de uma ejaculação peniana, não há sémen expelido. Um dos mistérios acerca do Squirting é: do que aquele líquido expelido é feito? Seria apenas urina?
O squirting é expelido pela uretra. Na sua composição há uma enzima chamada PDE5 que ajuda a relaxar o nosso corpo durante o sexo. Esse fluido esguichado pela vulva é produzidos na Glândula de Skene, é um líquido transparente, sem cor nem cheiro. Portanto, não é xixi!
Como as glândulas de Skene estão conectadas com a uretra, o squirting sai pelo mesmo orifício que o xixi, por isso quem vivencia a ejaculação pela primeira vez se questiona se estão fazendo xixi, mas não estão.
A ejaculação feminina pode acontecer com ou sem orgasmo. Por isso, não significa que pessoas que tem squirting sentem mais prazer, na verdade o corpo dela está apenas se resfriando, aliviando um pouco a tensão sexual acumulada naquele momento.
Se você faz parte do grupo de pessoas privilegiadas que conseguem ter a famosa ejaculação feminina, mase se sente embaraçada por isso, saiba que o squirting não deve ser motivo de vergonha. Ele é apenas um processo natural do nosso corpo. Se a grande questão for a bagunça que ele causa, usar uma toalha na cama ajuda a deixar as coisas mais confortáveis e menos constrangedoras durante o sexo.
Goze e Relaxa
Se a sua intensão é entender melhor o próprio prazer e deseja explorar quais tipos de orgasmo você é capaz de ter, experimentar diferentes formas de se masturbar é um ótimo ponto de partida. Mas não se cobre demais. Não existe um tipo de orgasmo melhor do que outro, nem uma forma correta e melhor de chegar lá.
O único jeito certo é aquele que for melhor e mais confortável pra você. O importante é aproveitar o momento e curtir tudo o que o nosso corpo tem de bom a oferecer.
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